"...A cultura, que nos deveria permitir pensar por nós mesmos, faz-nos, muitas vezes, pensar "culturalmente" de modo convencional e estereotipado, e assim, sem saber, somos submetidos às crenças e descrenças estabelecidas, às confianças e desconfianças regulamentares.
..., precisamos reconhecer que há sempre uma aposta, um risco, uma incerteza em tudo o que pensamos e cremos. Precisamos conhecer e reconhecer nosso próprio sistema e rede de desconfiança/confiança, saber examiná-lo, isto é, também examinar-nos. Precisamos deixar de contrapor de forma absoluta, confiança e desconfiança, o que nos leva introduzir desconfiança potencial na confiança, desconfiança potencial na desconfiança, isto é, incerteza em ambas, sem que, no entanto, esta as desintegre. Não se pode deixar de ter desconfiança-dúvida. Não se pode deixar de ter confiança-fé.
... " (Edgar Morin, do livro Para Sair do século XX)
FELIZ NATAL
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